Desmantelados de Pena Filho arrasta foliões pelo Bairro do Recife
Alegria é colocar para fora o carnaval que mora na gente. E quando essa alegria rima com poesia, ahhh! Desmantelados de Pena Filho, Ano 6. Nosso bloco secreto a despistar as multidões. Um bocadinho de gente amiga, uma multidão de sentimentos. Desde 2013, continuamos pequenininhos e gigantes. No tamanho e na resistência, respectivamente. Já exibimos o nosso estandarte, que é pura arte de Rinaldo Silva, na Glória, na Rua do Lima, no Estelita, no Poço da Panela e nas ladeiras e becos de Olinda. Agora, derramamos nossa tinta no Bairro do Recife. Vestidos com desenhos de Renato Vale, impressos como tatuagens, e de glitter azul. Despidos de pudores. Cobertos de anima. Descobertos de protocolos. Saímos, como sempre, de surpresa e clandestinos. Carnaval é transgressão. Fervilhante. Do calor que faz o confete e a serpentina colarem na pele. Para nunca mais sair da lembrança. Sai da frente. Sim! Somos rebeldes: pequeninos e poéticos. Acompanhados da orquestra do Maestro Lessa pelas ruelas cheias de história da cidade. Para escrever o nosso microscópico conto. Com a participação especialíssima do Maracatu Quebra Baque, regido por Tarcísio Resende, em vibrante homenagem ao nosso Naná, no pé do seu monumento de bronze-negro. E a discotecagem-vibe-surpresa de Paulo André Moraes, em modo avião, na Apolo 17. Assim, antes da quarta de cinzas, vivemos nossa quinta de azul. No sonho de voltarmos em 2019 ainda menores. Do tamanho de um grão de purpurina.
Fotografias: Chico Barros